terça-feira, 23 de outubro de 2012

9. Muito além do Parque Madureira

Parques com tudo em cima

O tão aclamado Parque Madureira tem lá seus encantos, mas é fichinha perto dos principais parques de Moscou. Eles são grandiosos, têm quilômetros de área, atrações de toda sorte (gratuitas e pagas), muito verde, jardins bem-cuidados, banheiros, áreas para esportes, bares, quiosques, vendedores (raros com jeito de camelô), brinquedos e imensos portais que lembram o auge do comunismo.  Fui em dois: o Gorky e o VDNKh. E cabem uns oito parques Madureira em cada um deles.
Nunca vi "O mistério do Parque Gorky" (1983), mas tirei uma tarde ensolarada, sem possiblidade de crimes, para conhecer o lugar. Saí da Praça Vermelha, cruzei o Rio Moscou, virei à direita e fui seguindo a margem.

O monumento a Pedro o Grande
Pedrão, no detalhe
Atrações pelo caminho: uma ponte com "árvores" feitas de cadeados amorosos, à moda de Paris; o monumento a Pedro o Grande (dizem que tem 55 metros de altura, eu acredito); a vista da Catedral do Cristo Salvador, do outro lado do rio; e o Parque das Artes, uma área verde repleta de esculturas e estátuas dos mais diversos autores e retratando as mais diferentes figuras, com uma parte no fundo  reservada a monumentos retirados das ruas da cidade; ou seja, muitas estátuas de líderes comunistas que foram os maiorais em determinadas épocas, e que hoje não merecem mais figurar em cada esquina. Entre eles Stalin, Brejnev e mesmo ele, Lênin. Esse lugar dos bronzes esquecidos pós-revolução fica ao lado do Gorky e é chamado nos guias de viagem de Jardim dos Monumentos Depostos, ao lado da Nova Galeria Tretyakov (li que exibe obras de pintores russos de vanguarda e de artistas puxa-saco do antigo regime (1930-50). Dali, basta atravessar (pela passagem subterrânea, sempre) mais uma grande rua (Krymskiival) e chega-se ao parque. Gostei muito de uma área gramada com grandes almofadões (grandes mesmo, do tamanho de um colchão de casal) jogados para o povo deitar e rolar. Mas é um lugar ótimo para passar o dia, sem mistério. Se for de metrô, a estação próxima ao Gorky é a Oktiabrskaya.
Almofadões para o povo na grama do Parque Gorky
O VDNKh é bem mais distante do centro histórico. Fica na estação de mesmo nome, perto do Museu da Cosmonáutica (ou das conquistas espaciais). Visitei esse museu em um dia de muita chuva. Estão lá duas cadelas da raça Laica (aquelas enviadas ao espaço), protótipos (inclusive da estação espacial MIR), satélites,  trajes espaciais, fotos etc. Falar em fotos, assim que acionei a máquina, veio uma senhorinha bolchevique me cobrar o tíquete para fotos. Eu não tinha, e tive que driblar as muitas velhinhas vigilantes para fazer algumas fotos com o iPod. Com chuva, o museu  valeu a pena. Mas foi difícil de achar, porque eu tinha o endereço (Prospekt Mira 111), mas desci na estação errada (justamente a Prospekt Mira). Pela numeração, achei que estava perto, mas nessa tarde descobri que do número 100 ao 110 pode-se percorrer quilômetros numa avenida russa. Encharcado, enfim vislumbrei o monumento em homenagem ao Sputnik, com a nave no topo e Gagarin na base. O museu fica embaixo desse pontudo monumento. A entrada custou 200 rublos (uns R$ 14).
Sob chuva fina, aproveitei para ir então no vizinho parque VDNKh (ou Centro de Exposições de Toda a Rússia). Além de barraquinhas e atividades mil para adultos e crianças, ele exibe pavilhões que (segundo li, pois não os visitei) enaltecem a vida nos países da antiga URSS, um belo lago com chafariz e estátuas. Do lado, perto do primeiro portal, um parque com montanha...russa!, roda gigante etc.
Votei ao VDNKh outro dia, sem chuva. Fui de trenzinho de um lado a outro (120 rublos/R$ 8,50, ida e volta). Lá no fim, duas atrações especiais, principalmente para crianças: uma nave e um avião que podem ser visitados, mediante pagamento, claro. E, para os adultos beberrões, uma barraca-barril onde uma pessoa servia chope.

Tchau, bela praça. A caminho do Rio Moscou (ou Moskva)

Chafarizes no meio do Rio Moscou (vê-se o monumento a Pedro lá no fundo)
Ponte pontuada com árvores de cadeados: muita promessa de amor amarrada

A Nina está fechada com alguém


Mais paixão encadeada numa árvore


A nau de pedro e as cúpulas de Cristo Salvador
Gandhi no Parque das Artes: sujou para ele
Mais bustos pelo parque


A placa abaixo identifica esses dois: Einstein e um tal Bor... Talvez seja o cientista dinamarquês Niels Bohr  (1885 - 1962), que sabia tudo de átomos. Dizem que ele não gostou de ver seu conhecimento utilizado para fabricar bombas atômicas

O narigudo Pinóquio também enfeita o parque


Eis exemplares de revolucionários tirados das ruas
Aqui eles ficaram pequenos
O portal principal do Gorky, fotografado já de dentro do parque

E aqui, a foto para o outro lado: o jardim é só o começo

Um brinde ao comunismo no quiosque (não rolou, estava fechado nesse dia)
Bancos de madeira: só tem um sujeito, mas cabe muita gente


Atrás dessa casinha, uma área para a prática de esportes no Gorky. Na janela, o caixa. Na lista, de cima para baixo, tem futebol, vôlei, handebol, badmington e corrida



Lá vai o Sputnik. O Museu da Cosmonáutica fica aí embaixo

Gagarin e, lá no fundo, a roda gigante perto do VDNKh. Ele e o Sputnik

O avião no VDNKh também pode ser visitado

O foguete: para entrar, basta pagar

Ingresso no avião: 150 rublos (R$ 11)

Queremos piva, ou seja, chope (100 rublos o copão de plástico)
Nada de nadar nas águas do chafariz, pessoal
A placa traz informações em inglês: fato raro em Moscou
O mapão do parque, com tudo numerado
Um dos monumentais monumentos do VDNKh. Além dessa rua principal, há duas ruas laterais, um pouco menores





A nave espacial MIR, no Museu da Cosmonáutica. Pode entrar
A MIR por dentro



A nave pousou: cenário do Museu da Cosmonáutica








Um comentário:

  1. Gostei do que li. Moscou é realmente sensacional e os parques são belíssimos, imperdíveis.

    Se você passar uns quatro anos na cidade, não terá visto tudo de lindo que ela oferece aos turistas...

    É uma pena que os brasileiros só visitem parte do Kremlin e as estações do metrô.

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